segunda-feira, 31 de maio de 2010

Roteiro do vídeo documentário 'Acompanhando um sonho'

O trabalho final da disciplina de Cibercultura propõe que realizemos um vídeodocumentário, de aproximadamente cinco minutos. Enquanto o trabalho não fica pronto, postamos aqui o roteiro dele, para que vocês possam acompanhar o período de pré-produção. Dentro de poucos dias, disponibilizaremos o vídeo, para que vocês possam conferir.

Título: Acompanhando um sonho

Sinopse:
No vídeodocumentário "Acompanhando um sonho", pretendemos registrar o dia-a-dia de uma adolescente que almeja se tornar uma bailarina profissional. Vamos mostrar como ela concilia a dança com suas outras atividades e como é a rotina de ensaios. Além do depoimento da personagem principal, pretendemos conversar com pessoas que acompanham de perto os pormenores vividos por quem busca conquistar seu espaço no mundo artístico. Serão ouvidos a família, os amigos, colegas de profissão e professores. Também conversaremos com um psicólogo, que falará sobre o peso de carregar grandes responsabilidades desde jovem e como a disciplina e maturiadade são fundamentais na vida de quem dança desde cedo.

Roteiro:
a) Blocos de informação: (1) Apresentação da protagonista através da narração em off, imagens de seu dia a dia serão ilustrarão a pequena narrativa. (2) Entrevistas com os personagens que dão suporte à trajetória da protagonista, como seus pais, professores e amigos. Essas entrevistas serão intercaladas com as falas de profissionais consolidados na área, que concederão pequenos depoimentos sobre as dificuldades que enfrentaram. Talvez alguns depoimentos sejam colocados em off enquanto cenas de práticas de balé, envolvendo os personagens, são mostradas. (3) A narrativa visual será finalizada com o depoimento da protagonista.

b) Os conteúdos informativos que serão utilizados: narração em off, músicas como background, entrevistas, vídeo e slides.

c) Duração das seqüências: (1) Cerca de 30 segundos (2) Aproximadamente 3 minutos (3) Cerca de 30 segundos.

d) Desenvolvimento da narrativa visual: O sonho de ser uma bailarina pautará todas as entrevistas, que consistirão em uma pergunta para cada entrevistado. Aqueles que têm contato direto com a protagonista serão questionados quanto aos esforços dela, sua rotina de práticas e como estas afetam todas as esferas da sua vida.
Aos personagens que não tiveram contato com a protagonista, como profissionais da área, serão direcionadas perguntas que retomem ao momento que se encontravam como a protagonista, sonhadores estudantes de balé.

e) Cronograma

3 a 10 de junho – Acompanhamento da rotina da protagonista e entrevista com os personagens.
11 a 13 de junho – Edição

Storyboard:

Por Lívia Arcanjo e Sara Souza

domingo, 30 de maio de 2010

Livros e Internet: um mundo de possibilidades

Arena Jovem debate a revolução causada pela internet e as mídias sócias na 2ª edição da Bienal do Livro em Minas Gerais.



A Bienal do Livro, que ocorreu do dia 14 ao dia 23 de maio, no Expominas, abriu espaço para a discussão das múltiplas funções da internet e as possibilidades que estas oferecem. O debate “Cultura em tempo de internet: Há uma revolução em curso?” aconteceu no domingo, 16 de maio, e contou com a presença da jornalista, blogueira e twitteira Rosana Hermann e o escritor e jornalista João Gabriel de Lima. Embora intitulada de Arena Jovem o palco do debate reuniu pessoas de todas as idades, muitos munidos de câmeras, computadores e blocos de notas, para registrar tudo o que acontecia ali. O debate durou cerca de uma hora e meia e contou com intensa participação do público, que interagia com os convidados, como em um bate-papo.

Os jornalistas iniciaram explicando as vantagens democráticas da internet em relação à produção de conteúdo, o famoso efeito do cidadão jornalista, cidadão publicitário, enfim cidadão comunicador. Comparando a internet a outros suportes comunicativos, Rosana falou sobre a abertura natural da rede para ideias novas, uma vez que os próprios internautas criam e gerenciam conteúdos. Em outros meios como a televisão, a produção é elitizada, e dificilmente uma proposta de programa será aceita por alguém externo à emissora, ainda mais difícil se for uma pessoa fora do campo de comunicação, segundo a jornalista.

Esse espaço promovido pela internet possibilitou a construção de vários fenômenos, hits que se consagraram no ambiente virtual, no entanto grande parte dessas histórias de sucesso está relacionada a situações cômicas e esdrúxulas, o que recai sobre outra crítica da apresentadora Rosana Hermann, a quantidade de informações, que devido ao conteúdo, pouco ou nada podem ser aproveitadas como ferramentas de formação do indivíduo. “Se você quer ser famoso, na internet você consegue. Só não dá para construir uma fama sem lastro, como não dá para construir uma casa sem alicerce”, afirma Rosana.

Os aclamados hits também geram um processo de exclusão, para Rosana se hoje você não sabe o que significa “puta falta de sacanagem” ou “aham Cláudia, senta lá”, as pessoas te olham como se você fosse a pessoa mais desinformada da face da Terra. Isso denota a principal qualidade para aqueles que desejam fazer sucesso na internet, velocidade, tanto na transmissão quanto na apreensão das informações na rede, além da capacidade de transpassar a cultura erudita e a cultura pop.

Há um paradoxo entre essas suas formas de cultura: ao mesmo tempo em que competem, a "cultura erudita" e a "cultura pop-web" convivem e interagem no mix de oportunidades proporcionado pela rede. Para João Gabriel, esta é a graça da internet, conhecer as mais variadas formas de expressões culturais através do ciberespaço. Ele exemplifica esta afirmação dizendo que é possível assistir o novo clipe da Lady GaGa no youtube, assim como é possível assistir a uma ópera.
Além disso, o caráter descentralizado e interativo da internet permite que uma imensa gama de pessoas tenha acesso a conteúdos variados. Quanto mais material é disponibilizado na rede, mais informação é compartilhada. Logo, a internet contribui para a formação cultural, tendo em vista que possibilita que todos tenham acesso. Daí, a importância da inclusão digital.

Geração da preguiça

Outra questão que pautou o debate é um problema que assola a rede e é visível no perfil da grande maioria dos internautas hoje, a compactação da informação. Antes as pessoas expunham suas vidas em blogs, hoje se limitam a frases de 140 caracteres. Não que o modelo twitter seja negativo, mas sua hegemonia sim, o certo seria não se contentar, ou melhor, não se limitar a uma forma de expressão tão reduzida. Rosana comparou as formas de texto com frutas, para ela um texto de blog é como uma fruta que amadureceu com calma, naturalmente, por isso é mais saboroso. A fruta amadurecida artificialmente e rapidamente é atrativa, mas não tem o mesmo sabor.

Rosana constata que essa característica é predominante na “geração da preguiça”, os internautas não se interessam por conteúdos aprofundados, motivo pelo qual os livros nunca perderão seu espaço para a internet, de acordo com os escritores, “internet é superfície, conhecimento é mergulho. Por isso que você navega na internet e mergulha em um livro”, ressalta Rosana. O escritor e editor da revista BRAVO! João Gabriel Lima afirmou que a indústria literária não corre o mesmo risco da fonográfica, que em parte cedeu diante da oferta virtual.

Por fim, ambos ressaltam a importância da credibilidade neste mundo onde as possibilidades são infinitas. João Gabriel diz que o grande aprendizado que a internet proporciona é o poder de discernir o que é confiável do que é duvidoso e o que é bom do que é ruim. Rosana ressalta, ainda, que é fundamental eleger fontes confiáveis: “No mar das navegações, buscamos faróis”, ela finaliza.

Depoimento da jornalista Rosana Hermann sobre a importância da Internet, especialmente para o blog. Arena Jovem. Bienal do Livro de Minas - 16/05/10

Rosana Hermann - B...


Por Lívia Arcanjo e Sara Souza

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ciberativismo e Petições online

A internet é atualmente, um dos meios mais eficazes de comunicação. É um meio democrático e interativo, que tem como característica o fluxo rápido e constante de informação e ausência de fronteiras. Além disso, é um local onde qualquer um tem liberdade de expressão e autonomia para produzir conteúdo.

Sendo assim, a internet se tornou um meio eficaz de debater questões de cunho social e provocar a mobilização de um número significativo de cidadãos em torno de questões de interesse comum. Assim surge o ciberativismo, através de inúmeros sites, blogs, fóruns e páginas em redes sociais que tratam dos mais variados assuntos de interesse público.

Outra forma prática de exercer cidadania política tornou-se comum na web as petições online. Petição é um documento oficial (online ou não) no qual é solicitada às autoridades competentes, a concessão de determinada medida que resultará em benefícios a sociedade. Ou seja, é um abaixo-assinado sobre um determinado assunto. Para que as petições online adquiram valor legal é necessário que se obtenha um número de assinaturas que ultrapasse 1% do eleitorado (cerca de um milhão de assinaturas) e a solicitação deve abranger no mínimo cinco estados brasileiros.

A circulação de determinada petição pelo ambiente online torna o assunto em questão amplamente difundido, o que amplia a visibilidade sobre o caso e causa grande mobilização popular. Um exemplo atual é a Campanha Ficha Limpa, um projeto de iniciativa popular, criado em 2008, cujos objetivos são tornar mais rígidos os critérios que possibilitam a candidatura a cargos políticos no país. Assim como o Ficha Limpa, inúmeras discussões sobre política e outros temas que dizem respeito à sociedade já estiveram em voga no ciberespaço.

Participação ativa

Quer exercer sua cidadania através da Internet? Muitos sites querem ouvir o que você têm a dizer sobre política, tentando aproximar o cidadão daqueles que estão ou pretendem se inserir nessa esfera. Esses são meus preferidos, é claro sem contar blogs e redes sociais onde fervilham manifestações democráticas:

http://www.votenaweb.com.br/
http://www.bovap.com.br/

  Olha que interessante o vídeo da BOVAP!

Mais sobre internet e política

Texto feito com base no artigo INTERNET E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA EM SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS do pesquisador Wilson Gomes. Disponível no site : http://www.gepicc.ufba.br/enlepicc/pdf/WilsonGomes.pdf



Em seu estudo acerca das relações entre a Internet e a participação política, Wilson Gomes afirma que a apatia crescente por parte dos eleitores é resultado das práticas e métodos da política atual. Segundo Gomes os eleitores não têm uma ativa participação política porque se sentem impotentes, uma vez que a democracia instaurada é tão distante da ideal. Isto é, os valores e práticas da democracia contemporânea foram embriagados por uma péssima imagem pública, a começar pelo jogo político de autopromoção e enriquecimento de partidos políticos. Por meio dos acontecimentos que ocorrem na esfera política, a democracia estaria em crise, principalmente no que se refere à condução de assuntos políticos e a sua vinculação à opinião pública. A conseqüência mais próxima e lógica é o desinteresse dos eleitores e a desconfiança perante a política, uma desconexão entre a sociedade civil e política, dentre outros fatores. O que falta é um sentimento de efetividade das ações políticas em relação à sociedade, o que acarreta na falta de conexão entre causa e efeito no que tange às práticas do cidadão. A convicção de que o político vai dar voz ao seu eleitor se esvai na medida em que isso quase nunca acontece. Não existe, portanto, entre os atores, um elo onde exista ao mínimo um feedback.
Seguindo o raciocínio, Gomes apresenta três condições necessárias para a participação política. São elas: cognitiva, cultural e instrumental. A primeira refere-se às informações necessárias para entender o aparelho político, seus instrumentos, processos, dentre outros. A segunda reúne as convicções e representações que podem ser importantes para estimular a participação política. Se um cidadão sente que a sua intervenção acerca de um assunto pode fazer diferença, então ele se sentirá compelido a fazê-la de modo mais constante. Uma imagem adequada do Estado, seus representantes e instituições, compreendidos no domínio público, pode contribuir para que a cultura cívica seja mais predominante. Por fim, as condições instrumentais dizem respeito, principalmente, às oportunidades. Convicções que surgem mediante uma experiência concreta e que conseguem ter êxito nas oportunidades democráticas são, de certa maneira, reforçadas positivamente.

Em uma sociedade cada vez mais individualista, onde as informações são extremamente difusas e mutáveis, a Internet surge como uma mídia de valorização. Nela seu público não age apenas como receptor, ele pode interagir no ciberespaço e fazer parte do pólo produtor e emissor de ideias. As características que propiciam esse ‘avanço da democracia’ na web, não são compartilhadas por outras mídias, que apresentam algumas deficiências. As mais relevantes citadas por Gomes para o exercício da cidadania online são: a quebra dos limites de tempo e espaço, amplo arquivo de informações, conveniência e comodidade ao utilizar o suporte, transparência e abertura no acesso, ausência de um gatekepper (agente de controle), interação retroativa e espaço para as minorias.

Ao final de sua análise, o autor questiona o caráter único da Web e desmistifica a afirmação de que a Internet, sem o auxílio de qualquer outra mídia de massa, seja capaz de abranger a participação política ao ponto de uma democracia ideal. Pois segundo Gomes, os ‘antigos’ meios de comunicação, rádio, mídia impressa e televisão, não são tão desvirtuados quando o assunto é política. Muitos participam ativamente na construção de uma sociedade participativa, onde ocorra interação entre os candidatos e os eleitores. Para alcançar um estado democrático mais ‘puro’ é preciso movimentar todas as mídias, mas como nos diz o autor, essa “já é outra história”. Por último há o alerta de que os recursos sociais (entre eles a Internet) não podem concretizar e nem frustrar promessas de efeitos sociais. Isto porque são os agentes sociais os agentes capazes de fazer promessas ou não. A Internet surge apenas como um meio onde os cidadãos podem retirar o que há de vantajoso para a construção de uma democracia. É um lugar de possibilidades que devem ser manobradas em oportunidades democráticas.

Por Denise Niffinegger e Sara Souza